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AVISOS IMPORTANTES

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Caucaia, Ceara, Brazil
Quem somos? Somos Cristãos, calvinistas e bíblicos. Fazemos coro com aqueles que olham com reserva para as novidades surgidas principalmente entre os neo-pentecostais que têm deturpado os ensinamentos bíblicos reformados com a inclusão da filosofia humanista da confissão positiva, a rarefação da soberania de Deus com as orações de decreto, a ousadia da teologia da prosperidade que institui o comércio da fé, a afronta à doutrina da graça com o estabelecimento do mérito humano através de rituais e correntes, a retirada do sermão como centralidade do culto transformando-o num programa de entretenimento, a quebra contínua de maldições de quem já recebeu a graça da cruz, a supremacia dos sentidos e das emoções em detrimento da ética cristã, a ausência de boa hermenêutica na leitura e entendimento do sagrado livro entre outras questões. Nossa confissão de fé é o Catecismo Maior e o Breve de Westminster.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Principal Objetivo de Deus

James M. Renihan

Enquanto estava assistindo televisão, em certa noite, deparei-me com o que posso chamar de um espetáculo cristão, apresentado por um famoso evangelista de uma mega-igreja. Foi uma produção realmente impressionante. No centro do palco havia uma .árvore de natal viva., ou seja, um grande coral estava disposto no formato de um pinheiro, em oito ou nove degraus, por coristas vestidos de túnicas brancas. Em frente a esta grande estrutura, dois habilidosos cantores, um homem e uma mulher, entoavam números espetaculares, freqüentemente acompanhados por uma companhia de danças (homens e mulheres) ou às vezes por um coral infantil. A qualidade da produção era excelente, tanto em termos de cenário quanto de talentos e de apresentação televisiva. Hollywood ou Las Vegas não poderiam ter feito algo melhor.

O final foi especialmente impressionante. Todos juntos apresentaram uma interpretação em estilo swing do .Aleluia. de Handel. Um coral saiu caminhando pelos corredores do público, enquanto os dançarinos (que rapidamente vestiram túnicas brancas) cercavam a árvore de natal. Os dois cantores principais colocaram-se ao centro do palco, no meio dos dançarinos, e todos balançavam o corpo de um lado para o outro, acompanhando o ritmo da música. O coral e os dançarinos entoaram várias partes do .Aleluia., enquanto solistas improvisaram alguns slogans inspirativos, inserindo os em vários trechos da interpretação. Quando a música chegou ao seu clímax, do teto foram soltos muitos balões, e fogos de artifício explodiram do palco. Todos os participantes desfrutaram de um tempo bastante agradável.

Devo mencionar que houve uma tentativa de se pregar uma mensagem, um pouco antes do final. Um homem levantou-se (não sei quem era ele), dirigiu-se ao auditório e declarou que o tema daquela noite era .Ele [referindo-se a Deus] fez tudo por você.. Todas aquelas músicas e danças eram simplesmente uma celebração do fato que o Natal era uma demonstração do supremo propósito de Deus, ou seja, que homens e mulheres, rapazes e moças tivessem uma vida boa e feliz, agora e para sempre. O homem (não posso chamá-lo de pregador) tomou apenas cinco minutos para apresentar sua mensagem e, em seguida, disse aos seus ouvintes que Deus esperava que eles O invocassem, a fim de terem um relacionamento com Ele. Isto foi acompanhado por uma interessante tática evangelística. Aquele homem gentil anunciou ao auditório que iria fazer uma oração e desejava que todos em voz alta orassem juntamente com ele. Instruiu as pessoas, dizendo-lhes que pronunciaria uma frase e queria que elas a repetissem com seus próprios lábios. Em seguida, todos foram orientados a curvar suas cabeças e fechar seus olhos, e ele os conduziu em uma oração nestas palavras: .Querido Jesus, obrigado por teu amor por mim. Compreendo que necessito de Ti. Venha para minha vida e salve-me. Em nome de Jesus, amém!. Logo que a oração foi concluída, as luzes se apagaram e, num instante, começou o final do espetáculo. Foi emocionante.

Enquanto assistia ao espetáculo, sentia tristeza em meu coração. Quanto mais a assistia, tanto mais percebia que aquela produção era exatamente o oposto de tudo que eu entendia das Escrituras. O programa terminou com um breve tempo de compartilhar. Compreendi que, se o homem que tentou pregar tivesse escrito o Breve Catecismo, a primeira pergunta e resposta teriam a seguinte redação: .Qual o principal objetivo de Deus? O principal objetivo de Deus é glorificar os homens e alegrar-se neles para sempre.. Em um estilo atraente, este homem havia indicado que o evangelho centraliza-se no homem; o evangelho não fala sobre uma Divindade ofendida e irada, que exige propiciação como resultado dos pecados dos homens; pelo contrário, Deus nos espera ansiosamente, a fim de satisfazer as necessidades de nossa vida. Tudo naquela noite foi idealizado para fazer um apelo às emoções do auditório. Os dias de Natal são uma época de muitos sentimentos, e aquela igreja estava espalhafatosamente se beneficiando deste fato para apresentar o evangelho com uma roupagem bastante atraente. Poderia alguém ficar ofendido com uma mensagem desse tipo?

Recordei as palavras do apóstolo Paulo acerca da loucura da pregação. Do ponto de vista humano, não há dúvida de que a abordagem utilizada naquela apresentação foi um imenso apelo às massas. As pessoas se mostram dispostas a participar de eventos dessa natureza, visto que são confortáveis, produzem muito entretenimento e exigem somente a observação da audiência. Tudo que as pessoas têm de fazer é permanecer sentadas e desfrutar do suntuoso espetáculo de cores, sons e movimentos. Porém, de que maneira todas estas coisas estão relacionadas à pregação do evangelho? Esse é o tipo de evangelismo que encontramos na Bíblia?

Às vezes, depois de ter pregado na igreja, tenho descido do púlpito sabendo exatamente o que Paulo estava dizendo, quando se referiu à .loucura da pregação.. Tenho questionado porque Deus escolheu este método, em especial numa cultura que aparentemente não se concentra em um assunto por mais de cinco minutos. Todavia, isto é o que ele tem feito, e a pregação é o método que temos de utilizar. Deus promete abençoar a ousada proclamação de sua Palavra, da ofensiva cruz de Cristo, das ameaças da Lei de Deus e do bálsamo do evangelho anunciado por homens escolhidos por Ele. Não é o palco e sim o púlpito que deve estar no centro de nosso evangelismo.

Há dois problemas nesse tipo de apresentação: o método e a mensagem. É evidente que a mensagem ali apresentada não era o evangelho de Cristo. Embora estivesse camuflada com uma linguagem religiosa, evangélica, era uma mensagem perniciosamente diferente. A pregação da cruz não é uma suave e premeditada tentativa de manipular homens e mulheres a fim de levá-los a um relacionamento com o Deus todo-poderoso. Pelo contrário, a pregação da cruz humilha-os, quando eles compreendem sua desesperadora situação como pecadores e começam a perceber a grande provisão de Deus em Cristo. O método do apóstolo Paulo não tinha um apelo popular. Por vezes, resultou em prisão, açoites e apedrejamento. No entanto, era o poder para a salvação. Não podemos abandoná-la, por causa dos caprichos da cultura popular. Ao contrário, precisamos nos engajar em pregá-la cada vez mais. Espetáculos desse tipo devem nos motivar a fazer, com vigor ainda maior, aquilo para o que fomos chamados por Deus . pregar o evangelho a homens e mulheres. Existe uma vantagem no velho método . Deus prometeu abençoá-lo.

Confiando no Espírito Santo, resistamos às tendências que nos cercam e proclamemos, com ousadia, que homens e mulheres estão perdidos, são ímpios e estão condenados. Mostre mo- lhes que são inimigos de Deus. Acima de tudo, devemos falar lhes sobre o Senhor Jesus Cristo, pregando a respeito de sua obediência ativa e passiva. Devemos proclamar seu amor e misericórdia. Convidemos os pecadores a prostrarem- se e sujeitarem-se ao Filho de Deus.

Assistir aquela apresentação foi bom para mim. Aprofundou meu compromisso de fazer a obra de Deus de acordo com o método dele . pregar o evangelho. Prefiro o Breve Catecismo assim como ele está: nós existimos para glorificar a Deus e não vice-versa.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

PREGAR AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO

I Pedro 3:19-20: “No qual também foi, e pregou a espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.”
Três grupos “disputam” este texto no intuito de abonar suas doutrinas. O grupo espírita, para aceitar a existência de “espíritos desencarnados, encarnação” etc. O grupo evangélico para advogar a imortalidade inerente da alma. Já os católicos nestes versos se apóiam para provar o purgatório.
Muitos, assim, entendem que em um espaço entre Sua crucifixão e ressurreição, Jesus pregou aos supostos “espíritos desencarnados” dos antediluvianos.
Efetivamente, tal texto deve ser analisado sob a luz de outros textos paralelos para descobrir-se a verdade e o que pretendia Pedro em sua explanação. Antes, porém, você não deve prescindir da eterna verdade que a Graça finda por ocasião da morte da pessoa, e não há, em hipótese alguma, segunda oportunidade de arrependimento para o pecador, após seu falecimento. Com a morte cessam as oportunidades de salvação. Heb. 9:27; Ecl. 9:10; Gál. 6:10.
Diz a Bíblia que a alma é mortal (Eze. 18:20), e que os mortos estão com a consciência apagada na morte (Sal. 146:4; Ecl. 9:5 e 6; Jó 14:14 e 21; João 11:11; I Tess. 4:13). Não há esperança alguma de os mortos aceitarem a salvação (Isa. 38:18 e 19). Por conseguinte, é horrível admitir que na sepultura haja seres conscientes, capazes de ouvir e aceitar o evangelho. Pior ainda com referência aos contemporâneos de Noé que foram afogados pelas águas do dilúvio.
Ademais, aceitar que Cristo pregou a “espíritos desencarnados” dos antediluvianos no hades (sepultura-inferno), é aceitar, de certa forma, a estranha doutrina do purgatório.
Fosse também verdade que tal pregação se deu, teremos de admitir que Jesus agiu com parcialidade, isto é, concedeu segunda oportunidade de salvação aos pecadores do tempo de Noé e aos demais pecadores de outra geração, não. Até Lúcifer, assim, teria razão ao reivindicar segunda chance de perdão.
Ora, o próprio Senhor assegurou que o único pecado que não tem perdão é o pecado contra o Espírito Santo (Mat. 12:31). E este pecado é a resistência sistemática e deliberada aos apelos dEste divino Ser. A pessoa que comete tal pecado, está selada para a perdição.
Os antediluvianos tiveram cento e vinte anos de Graça (Gên. 6: 3). Todo esse tempo o Espírito Santo apelou insistentemente aos seus corações através do pregoeiro da justiça – Noé (II Pedro 2:5); e estes, rebelados, resistiram, recusaram a longanimidade de Deus, até que a paciência divina esgotou-se e, assim, cometeram o pecado imperdoável. E, se é imperdoável, não pode haver segunda oportunidade de perdão nem mesmo vivo, quanto mais morto.
Finalmente, Pedro não diz que eram “espíritos desencarnados”. Informa apenas: “espíritos”. Portanto, nesta assertiva do apóstolo, o lógico e razoável é aceitar que o “espírito” é um símbolo de pessoa. Exemplo:
Meu espírito significa mim, eu.
Teu espírito significa tu, você.
Adam Clark, concluindo pela impossibilidade de se tratar de “espíritos desencarnados” diz que a frase “os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Heb. 12:23) “certamente se refere a homens justos, e homens que se acham ainda na igreja militante; e o Pai dos ‘espíritos’ (Heb. 12:9) tem referência a homens ainda no corpo; e o ‘Deus dos espíritos de toda a carne’ (Núm. 16:22; 27:16) significa homens, não em estado desencarnado.” – Clarke’s Commentary, Vol. 6, pág. 862.
Eminentes teólogos partidários da doutrina imortalista, recusam a teoria de que Pedro, neste texto, ensina a imortalidade da alma. Eis alguns: Dr. Pearson, da Igreja Anglicana, diz:
“É certo pois, que Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé eram desobedientes, em todo o tempo em que a ‘longanimidade de Deus esperava’ e, consequentemente, enquanto era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo que Ele nunca lhes pregou depois de haverem morrido.” – Exposição do Credo, Dr. João Pearson, grifos meus.
Agora o testemunho de João Wesley:
“Por meio de que Espírito Ele pregou? – Através do ministério de Noé, aos espíritos em prisão, isto é, os homens perversos antes do dilúvio. ... Quando a longanimidade de Deus esperava. Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em que estava sendo preparada a arca; quando então Noé os admoestava a que fugissem da ira futura.” – Explanatory Notes Upon the New Testament, pág. 615.
Finalizando, irmão, a obra de Jesus foi a “abertura da prisão aos presos” (Luc. 4:18-21; Isa. 42:6,7 e 6; 61:1). Toda pessoa desobediente está presa ao pecado (Prov. 5:22). Pecado é a prisão de Satanás. Quem morre no pecado está irremediavelmente preso até o juízo final. Heb. 9:27.
Seguramente, os apelos ao arrependimento feito por Jesus aos homens de Seus dias, foram os mesmos veementes apelos feitos por Noé em sua época. Em outras palavras: Jesus Cristo pregou aos antediluvianos pelo Espírito Santo através do ministério de Noé, durante o tempo de construção da arca; 120 anos.

EVANGELHO PREGADO AOS MORTOS
I Pedro 4:6
“Porque por isso foi pregado o evangelho também aos mortos...”
Este texto não é suporte para afiançar a doutrina dos “espíritos em prisão”; muito menos é base para se crer que um defunto tenha condição de ouvir e aceitar o evangelho. Tampouco é provável a sugestão de que Pedro se refira figuradamente aos mortos espirituais. Não há vislumbre de uma transição do literal para o figurado. Os mortos aqui são os mortos literais mesmos, o contexto o confirma. I Pedro 4:5. Portanto, a conclusão coerente e simples, é que tais defuntos haviam ouvido o evangelho ANTES de morrer.
SINTETIZANDO: O evangelho – FOI – pregado para aqueles mortos, quando ainda estavam vivos. O evangelho não lhes – É – pregado agora ao estarem mortos. Por quê? – Os mortos estão inconscientes! Ecl. 9:5.

BATISMO PELOS MORTOS
I Coríntios 15:29
“Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?”
Meu caro irmão, retirar este versículo da Bíblia, isolá-lo do contexto, esquecendo a maneira correta de se estudar as Escrituras, o crente entra em colapso total. Não há dúvidas que a exegese para este texto terá que ser muitíssimo meticulosa, exigindo cavar fundo, pesquisa, muita oração, pois que, isolado como está, sugere o seguinte:
• Existia batismo pelos mortos, entre os cristãos primitivos!?
• Não há ressurreição dos remidos!?
• A enfática, patética e suposta conformação indaga tória de Paulo ao dizer:
“Por que se batizam eles então pelos mortos?”, deixa antever a necessidade
de tal prática?
Isolar um versículo, não compará-lo como diz a Bíblia, poderá levar a pessoa aos caminhos preconizados pelo pregador como “caminhos de morte”. Afinal, o que queria ensinar Paulo? Esta é uma das passagens mais difíceis da lavra paulina, e não há ainda uma explicação satisfatória, embora muitos comentaristas de peso, famosos exegetas, PHD’s e doutores em religião, já hajam apresentado diversas interpretações, como por exemplo J.W.Horsley, Newbery House Magazine (Junho de 1890), que alinhou nada menos que 36 diferentes explanações a respeito; todavia, a “maioria delas pouca atenção teve, e algumas poucas merecem séria atenção”. O que tem relevância no texto é que este tema, que tem provocado intensa polêmica entre os comentaristas bíblicos, é um texto isolado no Novo Testamento, pois só aparece neste ponto e em nenhum lugar mais. Daí a premissa que entrou na discussão de Paulo acidentalmente, numa igreja cheia de acidentes: Corinto.
Outrossim, consultando o contexto e o discorrer do pensamento desenvolvido por Paulo, iremos descobrir que o tema central do capítulo quinze de I Coríntios é a ressurreição. Logicamente, este verso, por força de tal circunstância, deverá ser interpretado tendo sua base nesta doutrina.
Diz a história que os pais da igreja mencionavam haver no princípio um costume herético em que os cristãos vivos eram batizados em favor dos mortos, amigos ou parentes não batizados. Assim, ao praticar tal ato, pensavam que os tais seriam salvos como que por procuração. Crisóstomo, por exemplo, explica como esse ritual era praticado em seu tempo:
“Depois que um catecúmeno (alguém que ainda não fora batizado, mas que já estava preparado para o batismo) falecia, punham um homem vivo oculto debaixo de seu leito; então, aproximando-se do leito do morto, falavam com ele e indagavam se ele queria receber o batismo. Não dando ele resposta, o outro respondia em seu lugar. Assim batizavam ‘o vivo pelo morto.’” – O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 4, pág. 256, Russel Norman Champlin.
Paulo ao se referir a esse costume não queria jamais ensinar ou abonar a idéia de que esse ritual é sancionado ou admitido por Deus. Na verdade aquelas pessoas praticavam essa cerimônia porque criam na ressurreição, pois se assim não fora, porque haveriam de praticá-la já que seus parentes e amigos não se beneficiariam dela? Assim sendo, Paulo, longe de endossar essa prática para financiar ou apoiar uma doutrina cristã, simplesmente afirma que, se os próprios pagãos têm esperança na ressurreição, quanto mais nós, cristãos esclarecidos, deveríamos amá-la, preparando-nos para a primeira, caso não estejamos vivos por ocasião do regresso do Senhor.
A Bíblia não ensina em nenhum lugar que o cristão pode ser batizado em favor de terceiros, seja amigo ou parente. Ela ensina, e apela sim, a que o homem creia no Sacrifício de Jesus, aceite-O como Salvador, e, batizando-se está apto à eternidade, pois que, com a morte, cessam todas as oportunidades. Mas graças a Deus que, os que já dormiram no Senhor, ressuscitarão para habitar a Terra Renovada.

ALMAS DEBAIXO DO ALTAR
Apocalipse 6:9
“E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.”
Aqui, os cristãos que costumam isolar os textos sagrados, se firmam para dizer que a alma do crente é imortal e que vai ao Céu ao morrer. Essa crença perde o valor quando comparada com o verso seguinte (10). Veja:
“E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra.”
Se esses “seres” clamavam, já não poderiam ser almas, ou forçosamente, estas almas teriam de possuir uma capa corpórea com todos os elementos necessários para mantê-las em pé, pensar, agir, sentir, amar e clamar. (Assim, tais “almas” não passam de pessoas reais).
O livro de Apocalipse é uma perfeita simbologia. Quando o quarto selo foi aberto (Apoc. 6: 7-8), surgiu um “cavalo amarelo”, cor não muito natural neste animal. “O símbolo evidentemente se refere à obra de perseguição e matança efetuadas pela Igreja Romana contra o povo de Deus do tempo decorrido entre o começo da supremacia papal, em 538 d.C., e o tempo em que os Reformadores começaram a expor o verdadeiro caráter do papado, sendo detida a obra de destruição.” – Estudos Bíblicos, pág. 258 – CPB.
Na abertura do quinto selo, João vê os mártires (almas) mortos pela grande perseguição desencadeada no quarto selo. “Quando os Reformadores expuseram a obra do papado, foi então trazido à memória o grande número de mártires que haviam sido mortos pela fé”. (Ibidem). Sucumbiram como hereges, “cobertos de ignomínia e vergonha.”
Este vilipêndio e cruel tratamento ao povo de Deus clama por vingança, mas os clamores simbólicos dos mártires não são evocados do Céu, mas da Terra, precisamente debaixo do altar sob o qual foram mortos (v.8). O altar é na TERRA e não no CÉU. O altar de Abel foi o campo (Gên. 4:8; Heb. 11:4). O de Cristo, a Cruz (João 19:31); o de Estevão, a praça pública (Atos 7:57-60); o dos reformadores e mártires, foram fogueiras, arenas e guilhotinas.
Ouça isso: Quando um assassino é preso, abre-se imediatamente um processo contra ele. Figurativamente, a vítima estará clamando por vingança, através do processo, até o dia que for feita justiça.
É exatamente isso que ocorre em Apocalipse 6: 9-10, o sangue dos justos continuará clamando por vingança, até que Deus julgue e sentencie os criminosos, o que se dará no Juízo Final.
Bem, para que você compreenda que se trata de um relato figurado este incidente, leia as seguintes passagens: Hebreus 11:4; Romanos 4:17; Habacuque 2:11; Juízes 9:8-15,20. Aqui, pois, “é usada a figura da personificação, em que objetos inanimados são representados como viventes e falantes, e coisas que não são, como se fossem.” – Estudos Bíblicos pág. 259 – CPB.
Portanto, debaixo deste altar permanecerão esses mortos até a volta de Jesus, quando então despertarão para a vida e imortalidade, sob o fragor da voz do resgatador de Sião. Glória a Deus!