A premissa do longa
era: "até que ponto o que vivemos é
realidade e não uma farsa?".
"Você já teve um sonho, Neo,
em que você estava tão certo de que era real? E se você fosse incapaz de se
acordar desse sonho? Como saberia a diferença entre o mundo do sonho e o real?"
(Morfeu questionando Neo, Filme Matrix).
Se vivemos em um mundo que nada mais é do que uma Matrix ilusória,
então faço minhas as palavras do poeta João Cabral de Melo Neto, em O
Artista Inconfessável: "Fazer
o que seja é inútil. Não fazer nada é inútil. Mas entre fazer e não fazer mais
vale o inútil do fazer"[1].
Se vivemos em um mundo inverossímil e somos todos apenas parte de um
programa de computador, então desabafo indignado: triste sorte a nossa, homens
desgraçados que somos, será que não nascemos para alguma coisa melhor?
Se a filosofia pós-moderna, o hinduísmo, o budismo e a trilogia Matrix estão
corretos em afirmarem que o nosso mundo é irreal, então, meus queridos irmãos, o niilismo[2] está em alta, Deus morreu, a realidade está
em crise e eu também não estou lá muito bem!
1. A filosofia
pós-moderna
No filme Matrix os homens e tudo o nosso mundo não passam de um sofware,
um programa de computador, uma mera ilusão.
O retrato que a história da Filosofia possui de Sócrates foi traçado por seu mais importante aluno e discípulo, o filósofo ateniense Platão. Que retrato Platão nos deixa de seu mestre Sócrates?
O de um homem que andava pelas ruas e praças de Atenas, pelo mercado e pela assembleia indagando a cada um: "Você sabe o que é isso que você está dizendo?", "Você sabe o que é isso em que você acredita?”
Sócrates fazia perguntas sobre as ideias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois, quando tentavam responder ao célebre "o que é?", descobriam surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em suas crenças, seus valores e suas ideias. Mas o pior não era isso. O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para elas, que soubesse as respostas às perguntas, como os sofistas pareciam saber, mas Sócrates, para desconcerto geral, dizia:
“Eu também não sei, por isso estou perguntando". Donde a famosa expressão atribuída a ele quando respondeu à pergunta da sibila no templo de Apoio: "Sei que nada sei".
O retrato que a história da Filosofia possui de Sócrates foi traçado por seu mais importante aluno e discípulo, o filósofo ateniense Platão. Que retrato Platão nos deixa de seu mestre Sócrates?
O de um homem que andava pelas ruas e praças de Atenas, pelo mercado e pela assembleia indagando a cada um: "Você sabe o que é isso que você está dizendo?", "Você sabe o que é isso em que você acredita?”
Sócrates fazia perguntas sobre as ideias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois, quando tentavam responder ao célebre "o que é?", descobriam surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em suas crenças, seus valores e suas ideias. Mas o pior não era isso. O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para elas, que soubesse as respostas às perguntas, como os sofistas pareciam saber, mas Sócrates, para desconcerto geral, dizia:
“Eu também não sei, por isso estou perguntando". Donde a famosa expressão atribuída a ele quando respondeu à pergunta da sibila no templo de Apoio: "Sei que nada sei".
Sócrates perguntava: "Que razões rigorosas você possui para dizer o que diz e para pensar o que pensa?", "Qual é o fundamento racional daquilo que você fala e pensa?".
Ora, as perguntas de Sócrates se referiam a ideias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si mesmos e por si mesmos. Ao fazer suas perguntas e suscitar dúvidas, Sócrates os fazia pensar não só sobre si mesmos, mas também sobre a polis. Aquilo que parecia evidente acabava sendo percebido como duvidoso e incerto.
O que é a caverna? O mundo das aparências em que vivemos.
Ninguém sabe por certo quando a pós-modernidade começou. Alguns afirmam
que sua origem foi no início do século XX, outros dizem que foi na metade do
século XX e outros asseguram que foi no início da década de 1980.
Porém, uma coisa é certa: diversos analistas culturais afirmam que,
apesar de não sabermos quando esta era começou, estamos de fato vivendo em uma
sociedade pós-moderna. Mas, o que é pós-modernidade?
O termo "pós-modernidade"
é de ampla definição e foi cunhado pelo famoso historiador britânico Arnold
Joseph Toynbee (1889-1975) na década de 1940, quando escrevia os seus doze
volumes intitulados Um Estudo da História. Toynbee era um filósofo
católico, porém influenciado pelo hinduísmo.
Segundo Toynbee, a pós-modernidade se caracteriza especialmente pela
decadência da cultura ocidental, do cristianismo e de tudo o que é absoluto.
Resumindo, no pós-modernismo, morre o cristianismo e sua única verdade absoluta
(Jesus Cristo) e tudo passa a ser relativo.[3]
Alguns filósofos franceses também se debruçaram sobre o tema da pós-modernidade,
entre eles, Jean-François Lyotard, Michel Maffesoli e Jean Baudrillard (cujo
livro Simulacro e Simulação[4] aparecem
rapidamente no filme Matrix).
Baudrillard afirma que nos tempos pós-modernos ocorrerá o "domínio do simulacro" onde será
possível a substituição do mundo real por uma versão simulada tão eficaz quanto
à realidade. Em outras palavras, a simulação cria um perfeito simulacro da
realidade, como um sonho tão vívido que, ao "acordarmos", não conseguimos distinguir entre ilusão e
verdade.
2. Algumas considerações
a. Personagens
Quero iniciar as considerações sobre
esse filme, chamando a atenção para o nome dos personagens principais Neo
(novo, ou renovado) e Morfeu (deus do sono, espírito, filho do Sono e da Noite
etc…) e também destaca a parte do oráculo em que se exibe a frase em latim: “Nosce te ipsum”
Conhece-te a ti mesmo. Que é um oráculo? A palavra oráculo
possui dois significados principais, que aparecem nas expressões
"consultar um oráculo" e "receber um oráculo". No primeiro
caso, significa "uma mensagem misteriosa" enviada por um deus como
reposta a uma indagação feita por algum humano; é uma revelação divina que
precisa ser decifrada e interpretada. No segundo, significa "uma pessoa
especial", que recebe a mensagem divina e a transmite para quem enviou a
pergunta à divindade, deixando que o interrogante decifre e interprete a
resposta recebida. Entre os gregos antigos, essa pessoa especial costumava ser
uma mulher e era chamada sibila.
Em Matrix, aparece a sibila, uma mulher que recebeu
o oráculo (isto é, a mensagem) e que é também o oráculo (ou seja, a
transmissora da mensagem). Essa mulher pergunta a Neo se ele leu o que está
escrito sobre a porta de entrada da casa em que acabou de entrar. Ele diz que não.
Ela então lê para ele as palavras, explicando-lhe que são de uma língua há
muito desaparecida, o latim. O que está escrito? Nosce te ipsum. O que
significa? "Conhece-te a ti mesmo." O oráculo diz a Neo que ele – e
somente ele – poderá saber se é ou não aquele que vai livrar o mundo do poder
de Matrix e, portanto, somente conhecendo a si mesmo ele terá a reposta.
Poucas pessoas que viram o filme compreenderam
exatamente o significado dessa cena, pois ela é a representação, no futuro, de
um acontecimento do passado, ocorrido há 23 séculos, na Grécia.
Havia na Grécia, na cidade de Delfos, um santuário
dedicado ao deus Apolo, deus da luz, da razão e do conhecimento verdadeiro, o
patrono da sabedoria. Sobre o portal de entrada desse santuário estava escrita a
grande mensagem do deus ou o principal oráculo de Apolo: "Conhece-te a ti
mesmo." Um ateniense, chamado Sócrates, foi ao santuário consultar o
oráculo, pois em Atenas, onde morava, muitos diziam que ele era um sábio e ele
desejava saber o que significava ser um sábio e se ele poderia ser chamado de
sábio. O oráculo, que era uma mulher, perguntou-lhe: "O que você
sabe?". Ele respondeu: "Só sei que nada sei." Ao que o oráculo
disse: "Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que
sabe que não sabe." Sócrates, como todos sabem, é o patrono da Filosofia.
b. Sinopse
Diz a sinopse do
filme: “Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem
programador de computador que mora em um cubículo escuro, é atormentado por
estranhos pesadelos nos quais se encontra conectado por cabos e contra sua vontade, em um imenso
sistema de computadores do futuro. Em todas essas ocasiões, acorda gritando no
exato momento em que os eletrodos estão para penetrar em seu cérebro. À medida
que o sonho se repete, Anderson começa a
ter dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos
Morpheu (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um
sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a
ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para
produzir energia. Morpheu, entretanto, está convencido de que Thomas é Neo, o aguardado messias capaz de
enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade”.
c. O Filme
O filme trata da
questão do real e virtual. Aborda inclusive, o livro “Simulacros e Simulações”
de Jean Baudrillard. Em uma das passagens Neo é orientado: “O que é real? Como
você define o real? Se está falando do que consegue sentir, do que pode
cheirar, provar, ver… então, ‘real’ são simplesmente sinais elétricos
interpretados pelo cérebro”. E eis a continuação: “Tudo é simulação. O real é
deserto”. Essa passagem nos coloca frente à pergunta de Sócrates: O que é? ao
questionar a realidade, a verdade, a justiça, enfim, a vida.
A Matrix é definida por Morfeu como “um mundo dos sonhos gerado por
computador, feito para nos controlar, para transformar o ser humano nisto
aqui” (e mostra uma pilha, bateria), mostrando a concentração da energia. Somos
energia e somos transformáveis. Nossos estados de alma não são os mesmos e a
mente tem a capacidade de simular nosso estado maior. Eis que nos diz a lei de atração.
A Matrix, em tempos de
se estudar Análise do Discurso, em que tanto temos que conceber e definir a
Ideologia, é um sistema que aprisiona e as sujeita o homem. È uma metáfora. É
preciso, segundo o filme, que as pessoas acordem do sistema e que a maioria não
está pronta para acordar. É preciso libertar a mente do medo, da dúvida e da
descrença. Ficando o convite: “Liberte
sua mente!” E o oráculo nos dá um conhecimento profundo de que “há uma diferença entre conhecer o caminho e
percorrer o caminho”, advindo das ideias empiristas e do pragmatismo em que
a experiência conta muito na jornada humana. O oráculo ainda acrescenta: “Para onde vamos é uma escolha que deixo para
você”.
Um filme complexo,
maçante, mas que se tornou poético, cativante, visto que procurei desvendar-lhe
os seus segredos. A arte, e a cinematográfica principalmente, tem essa magia de
nos levar ao questionamento, a indagação, por mais que não cheguemos a uma
resposta exata, mas que busquemos a transformação de nós mesmos em seres
melhores.
E é assim que Marilena
Chauí define Sócrates, comparando-o a Neo que luta para vencer a Matrix. “Por que Sócrates é considerado o ‘patrono da Filosofia’? Porque jamais se
contentou com as opiniões estabelecidas, com os preconceitos de sua sociedade,
com as crenças inquestionadas de seus conterrâneos. Ele costumava dizer que era
impelido por um espírito interior (como Morfeu instigando Neo) que o levava a
desconfiar das aparências e procurar a realidade verdadeira de todas as coisas”
(CHAUÍ, 2009, p.11)[5].
E ainda que por mais
longe estejamos da perfeição e de encontrarmos todas as respostas, de
encontrarmos a sabedoria plena eis que com o filósofo Pitágoras de Samos temos
uma definição bem plausível: “A sabedoria
plena e completa pertence aos deuses, mas os homens podem desejá-la ou amá-la,
tornando-se filósofos”.
3. Neo e Sócrates
A pergunta "O que é?" era o questionamento sobre a realidade essencial e
profunda de uma coisa para além das aparências e contra as aparências.
Por que as personagens do filme afirmam que Neo é
"o escolhido"? Por que eles estão seguros de que ele será capaz de
realizar o combate final e vencer a Matrix?
Porque ele era um pirata eletrônico, isto é, alguém
capaz de invadir programas, decifrar códigos e mensagens, mas, sobretudo,
porque ele também era um criador de programas de realidade virtual, um perito
capaz de rivalizar com a própria Matrix e competir com ela. Por ter um poder
semelhante ao dela, Neo sempre desconfiou de que a realidade não era exatamente
tal como se apresentava. Sempre teve dúvidas quanto à realidade percebida e
secretamente questionava o que era a Matrix. Essa interrogação o levou a
vasculhar os circuitos internos da máquina (tanto assim que começou a ser
perseguido por ela como alguém perigoso) e foi suas incursões secretas que o
fizeram ser descoberto por Morfeus.
Por que Sócrates é considerado o "patrono da
Filosofia"? Porque jamais se contentou com as opiniões estabelecidas, com
os preconceitos de sua sociedade, com as crenças inquestionadas de seus
conterrâneos. Ele costumava dizer que era impelido por um espírito interior
(como Morfeus instigando Neo) que o levava a desconfiar das aparências e
procurar a realidade verdadeira de todas as coisas.
Sócrates andava pelas ruas de Atenas fazendo aos
atenienses algumas perguntas: "O que é isso em que você acredita?",
"O que é isso que você está dizendo?", "O que é isso que você
está fazendo?". Os atenienses achavam, por exemplo, que sabiam o que era a
justiça. Sócrates lhes fazia perguntas de tal maneira sobre a justiça que,
embaraçados e confusos, chegavam à conclusão de que não sabiam o que ela
significava. Os atenienses acreditavam que sabiam o que era a coragem. Com suas
perguntas incansáveis, Sócrates os fazia concluir que não sabiam o que
significava a coragem. Os atenienses acreditavam também que sabiam o que eram a
bondade, a beleza, a verdade, mas um prolongado diálogo com Sócrates os fazia
perceber que não sabiam o que era aquilo em que acreditavam. A pergunta "O que é?" era o questionamento
sobre a realidade essencial e profunda de uma coisa para além das aparências e
contra as aparências. Com essa pergunta, Sócrates levava os atenienses a
descobrir a diferença entre parecer e ser, entre mera crença ou opinião e
verdade.
Sócrates era filho de uma parteira. Ele dizia que
sua mãe ajudava o nascimento dos corpos e que ele também era um parteiro, mas
não de corpos e sim de almas. Assim como sua mãe lidava com a Matrix corporal,
ele lidava com a Matrix mental, auxiliando as mentes a libertar-se das
aparências e buscar a verdade.
Como os de Neo, os combates socráticos eram também
combates mentais ou de pensamento. E enfureceram de tal maneira os poderosos de
Atenas que Sócrates foi condenado à morte, acusado de espalhar dúvidas sobre as
ideias e os valores atenienses, corrompendo a juventude.
O paralelo entre Neo e Sócrates não se encontra
apenas no fato de que ambos são instigados por "espíritos" que os
fazem desconfiar das aparências nem apenas pelo encontro com um oráculo e o
"Conhece-te a ti mesmo" e nem apenas porque ambos lidam com matrizes.
Podemos encontrá-lo também ao comparar a trajetória de Neo até o combate final
no interior da Matrix e em uma das mais célebres e famosas passagens de um
escrito de um discípulo de Sócrates, o filósofo Platão. Essa passagem
encontra-se numa obra intitulada A República e chama-se "O mito da caverna".
O filósofo Sócrates rebelou-se contra os sofistas,
dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem
respeito pela verdade, já que defendiam qualquer ideia, se isso fosse
vantajoso. Corrompiam o espírito dos jovens, pois faziam o erro e a mentira
valer tanto quanto a verdade. Como homem de seu tempo, Sócrates concordava com
os sofistas em um ponto: por um lado, a educação antiga do guerreiro belo e bom
já não atendia às exigências da sociedade grega, e, por outro, os filósofos
cosmologistas defendiam ideias tão contrárias entre si que também não eram uma
fonte segura para o conhecimento verdadeiro.
4.
O
que Sócrates propunha?
Discordando dos antigos poetas, dos antigos
filósofos e dos sofistas, o que propunha Sócrates?
Propunha que, antes de querer conhecer a natureza e
antes de querer persuadir os outros, cada um deveria primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. Como vimos na
Introdução, à expressão "Conhece-te
a ti mesmo", ou o oráculo que estava gravado no pórtico do templo de
Apoio, em Delfos, deus da luz e da sabedoria, foi o centro das preocupações e
investigações de Sócrates. Por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que
os homens têm de si mesmos a condição de todos os outros conhecimentos
verdadeiros é que se diz que o período socrático é antropológico, isto é,
voltado para o conhecimento do homem (em grego,ántropos),
particularmente de seu espírito e de sua capacidade para conhecer a verdade.
A consciência da própria ignorância é o começo da
Filosofia. O que procurava Sócrates? Procurava a definição daquilo que uma
coisa, uma ideia, um valor e verdadeiramente. Aquilo que uma coisa, uma ideia,
um valor é realmente em si mesmo chama-se essência. Sócrates procurava a
essência real e verdadeira da coisa, da ideia, do valor. Como a essência não é
dada pela percepção sensorial e sim encontrada pelo trabalho do pensamento,
procurá-la é procurar o que o pensamento conhece da realidade e verdade de uma
coisa, de uma ideia, de um valor. Isso que o pensamento conhece da essência
chama-se conceito. Sócrates procurava o conceito, e não a mera opinião que
temos de nós mesmos, das coisas, das ideias e dos valores.
5.
Opinião
e Conceito
Qual a diferença entre uma opinião e um conceito? A
opinião varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de época para época.
É instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências. O
conceito, ao contrário, é uma verdade intemporal, universal e necessária que o
pensamento descobre, mostrando que é a essência universal, intemporal e
necessária de alguma coisa. Por isso, Sócrates não perguntava se tal ou qual
coisa era bela - pois nossa opinião sobre ela pode variar - e sim: "O que é a beleza?", "Qual é a
essência ou o conceito do belo, do justo, do amor, da amizade?".
6.
O
poder e o conhecimento
Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento,
pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as coisas
como elas são, ou melhor, como nos dizem e nos fazem acreditar que elas são.
Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a
juventude pensar. Por isso, eles o acusaram de desrespeitar os deuses,
corromper os jovens e violar as leis. Levado perante a assembleia, Sócrates não
se defendeu e foi condenado a tomar um veneno - a cicuta - e obrigado a
suicidar-se.
Por que Sócrates não se defendeu? "Porque", dizia ele, "se eu me defender, estarei aceitando as
acusações, e eu não as aceito. Se eu me defender, o que os juízes vão exigir de
mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu preferiria morrer a ter de renunciar à
Filosofia".
Sócrates nunca escreveu. O que sabemos de seus
pensamentos encontra-se nas obras de seus vários discípulos, e Platão foi o
mais importante deles. Se reunirmos o que esse filósofo escreveu sobre os
sofistas e sobre Sócrates, além da exposição de suas próprias ideias, poderemos
apresentar como características gerais do período socrático:
A Filosofia se volta para as questões humanas no
plano da ação, dos comportamentos, das ideias, das crenças, dos valores e,
portanto, se preocupa com as questões morais e políticas.
O ponto de partida da Filosofia é a confiança no
pensamento ou no homem como um ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e,
portanto, capaz de reflexão. Reflexão é a volta que o pensamento faz sobre si
mesmo para conhecer-se; é a consciência conhecendo-se a si mesma como
capacidade para conhecer as coisas, alcançando o conceito ou a essência delas.
Como se trata de conhecer a capacidade de
conhecimento do homem, a preocupação se volta para estabelecer procedimentos
que nos garantam que encontramos a verdade, isto é, o pensamento deve oferecer
a si mesmo caminhos próprios, critérios próprios e meios próprios para saber o
que é o verdadeiro e como alcançá-lo em tudo o que investiguemos.
A Filosofia está voltada para a definição das virtudes
morais e das virtudes políticas, tendo como objeto central de suas
investigações a moral e a política, isto é, as
ideias e práticas que norteiam os comportamentos dos seres humanos tanto como indivíduos quanto como cidadãos. Cabe à Filosofia, portanto, encontrar a
definição, o conceito ou a essência dessas virtudes, para além da variedade das
opiniões, para além da multiplicidade das opiniões contrárias e diferentes. As
perguntas filosóficas se referem, assim, a valores como a justiça, a coragem, a
amizade, a piedade, o amor, a beleza, a temperança, a prudência, etc., que
constituem os ideais do sábio e do verdadeiro cidadão.
É feita, pela primeira vez, uma separação radical
entre, de um lado a opinião e as imagens das coisas, trazidas pelos nossos
órgãos dos sentidos, nossos hábitos, pelas tradições, pelos interesses, e, de
outro lado, as ideias. As ideias se referem à essência íntima, invisível,
verdadeira das coisas e só podem ser alcançados pelo pensamento puro, que
afasta os dados sensoriais, os hábitos recebidos, os preconceitos, as opiniões.
A reflexão e o trabalho do pensamento são tomados como uma purificação
intelectual, que permite ao espírito humano conhecer a verdade invisível,
imutável, universal e necessária. A opinião, as percepções e imagens sensoriais
são consideradas falsas, mentirosas, mutáveis, inconsistentes, contraditórias,
devendo ser abandonadas para que o pensamento siga seu caminho próprio no
conhecimento verdadeiro.
A diferença entre os sofistas, de um lado, e
Sócrates e Platão, de outro, é dada pelo fato de que os sofistas aceitam a
validade das opiniões e das percepções sensoriais e trabalham com elas para
produzir argumentos de persuasão, enquanto Sócrates e Platão consideram as
opiniões e as percepções sensoriais, ou imagens das coisas, como fonte de erro,
mentira e falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que nunca alcançam a
verdade plena da realidade.
7. Neo e a Matrix
Se voltarmos ao filme Matrix, podemos perguntar
por que foi feito o paralelo entre Neo e Sócrates.
Comecemos pelo nome das duas personagens
masculinas principais: Neo e Morfeus. Esses nomes são gregos. Neo significa
"novo" ou "renovado" e, quando dito de alguém, significa
"jovem na força e no ardor da juventude." Morfeus pertence à
mitologia grega: era o nome de um espírito, filho do Sono e da Noite, que
possuía asas e era capaz, num único instante, de voar em absoluto silêncio para
as extremidades do mundo. Esvoaçando sobre um ser humano ou pousando levemente
sobre sua cabeça, tocando-o com uma papoula vermelha, tinha o poder não só de
fazê-lo adormecer e sonhar mas também de aparecer-lhe no sonho, tomando forma
humana. É dessa maneira que, no filme, Morfeu se comunica pela primeira vez com
Neo, que desperta assustado com o ruído de uma mensagem na tela de seu
computador. E, no primeiro encontro de ambos, Morfeu surpreende Neo por sua
extrema velocidade, por ser capaz de voar e por parecer saber tudo a respeito
desse jovem que não o conhece. Várias vezes Morfeus pergunta a Neo se ele tem
sempre a impressão de estar dormindo e sonhando, como se nunca tivesse certeza
de estar realmente desperto. Essa pergunta deixa de ser feita a partir do
momento em que, entre uma pílula azul e uma vermelha oferecidas por Morfeu, Neo
escolhe ingerir a vermelha (como a papoula da mitologia), que o fará ver a
realidade. É Morfeu quem lhe mostra a Matrix, fazendo-o compreender que passou
a vida inteira sem saber se estava desperto ou se dormia e sonhava porque,
realmente, esteve sempre dormindo e sonhando.
O que é a
Matrix? Essa palavra é latina. Deriva de mater, que quer dizer "mãe".
Em latim, matrix é o órgão das fêmeas dos mamíferos onde o embrião e o feto se
desenvolve; é o útero. Na linguagem técnica, a matriz é o molde para fundição
de uma peça; o circuito de codificadores e decodificadores das cores primárias
(para produzir imagens na televisão) e dos sons (nos discos, fitas e filmes);
e, na informática, é a rede de guias de entradas e saídas de elementos lógicos
dispostos em determinadas interseções.
No filme, a Matrix tem todos esses sentidos: ela
é, ao mesmo tempo, um útero universal onde estão todos os seres humanos cuja
vida real é "uterina" e cuja vida imaginária é forjada pelos
circuitos de codificadores e decodificadores de cores e sons e pelas redes de
guias de entrada e saída de sinais lógicos.
Qual é o poder da Matrix? Usar e controlar a
inteligência humana para dominar o mundo, criando uma realidade virtual ou
falsa realidade na qual todos acreditam. A Matrix é o feitiço virado contra o
feiticeiro: criada pela inteligência humana, a Matrix é inteligência virtual
que destrói a inteligência que a criou porque só subsiste sugando o sistema
nervoso central dos humanos. Antes que a palavra computador fosse usada
correntemente, quando só havia as enormes máquinas militares e de grandes
empresas, falava-se em "cérebro eletrônico". Por quê? Porque se
tratava de um objeto técnico muito diferente de todos até então conhecidos pela
humanidade. De fato, os objetos técnicos tradicionais ampliavam a força física
dos seres humanos (o microscópio e o telescópio aumentavam o limite dos olhos;
o navio, o automóvel e o avião aumentavam o alcance dos pés humanos; a
alavanca, a polia, a chave de fenda, o martelo aumentavam a força das mãos
humanas; e assim por diante). Em contrapartida, "o cérebro
eletrônico" ou computador amplia e mesmo substitui as capacidades mentais
ou intelectuais dos seres humanos. A Matrix é o computador gigantesco que
escraviza os homens, usando a mente deles para controlar as próprias
percepções, sentimentos e pensamentos, fazendo-os crer que o aparente é real.
Vencer o poder da Matrix é destruir a aparência,
restaurar a realidade e assegurar que os seres humanos possam perceber e
compreender o mundo verdadeiro e viver realmente nele. Todos os combates
realizados por Neo e seus companheiros são combates cerebrais e do sistema
nervoso, isto é, são combates mentais entre os centros de sensação, percepção e
pensamento humanos e os centros artificiais da Matrix. Ou seja, as armas e
tiroteios que aparecem na tela são pura ilusão, não existem, pois o combate não
físico e sim mental.
Que são as sombras projetadas no fundo? As coisas que percebemos.
Que são os grilhões e as correntes? Nossos preconceitos e opiniões, nossa crença de que o que estamos percebendo é a realidade.
Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo.
O que é a luz do Sol? A luz da verdade.
O que é o mundo iluminado pelo sol da verdade? A realidade.
Qual o instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A Filosofia.
8.
A trilogia Matrix e o Cristianismo
A trilogia Matrix está em plena sintonia com a
filosofia pós-moderna, com o hinduísmo, com o budismo, entre outras visões de
mundo.
A série Matrix é uma fantástica aventura cibernética,
recheada de superefeitos especiais, onde a Terra foi totalmente dominada por
máquinas dotadas de inteligência artificial, que passaram a ter controle sobre
a raça humana. Os homens e todo o nosso mundo não passam de um software, um
programa de computador, uma mera ilusão. Resumindo, nessa trilogia, nosso
complexo mundo físico, com todos os seus ecossistemas, e nosso sofisticado
corpo humano não passam de uma realidade virtual, como um joguinho de
computador, semelhante ao The Sims, Sim City ou Age
of Empires.
Matrix também tem uma forte analogia com o cristianismo. Existe uma
trindade benigna no filme, composta por Trinity ("Trindade", em inglês), Morfeu ("deus dos sonhos" na mitologia
grega. Ele faz o papel de João Batista ao preparar o caminho para o "escolhido" e o de Deus Pai ao
assumir a figura paterna de todos que já foram libertos da ilusão) e Neo (do
grego "novo". Esse é o
"escolhido" e um substituto
para Jesus Cristo).
Na primeira aparição de Neo ficamos logo sabendo qual será sua função na
trilogia. Choi, um cliente de Neo, chega ao quarto de Neo com alguns amigos
para pagar e receber uma encomenda. Ele lhe agradece de uma maneira que passa a
ser quase uma profecia sobre o futuro de Neo: "Aleluia. Você é meu
Salvador, cara. O meu Jesus Cristo pessoal".
No primeiro filme da série, há mais de dez referências a Neo como o
"eleito" ou o "escolhido". No primeiro episódio,
Neo morreu, ressuscitou e ascendeu aos céus (isso faz você se lembrar de
quem?).
Em Matrix Reloaded, o segundo episódio da série, há uma
cena rápida de mais ou menos vinte segundos, quando Neo sai de um elevador na
"Cidade de Zion" ("Sião", em inglês) e é abordado por
pessoas de várias faixas etárias, muitas com trajes orientais e trazendo
oferendas nas mãos. Trinity lhe diz: "Eles
precisam de você". Duas mães se aproximam de Neo fazendo alguns
pedidos especiais sobre seus filhos. Neo é querido, respeitável e um
solucionador de problemas.
Neo move-se com uma rapidez incrível (mais rápido do que o Super-Homem ou
qualquer projétil), salva pessoas prestes a serem mortas, tem uma força
incomum, tem capacidade para mover objetos sem tocá-los e, a exemplo de Jesus
Cristo, também ressuscitou uma pessoa amada. Pronto: "Neo é o nosso melhor amigo e o nosso salvador", essa é uma das
mensagens sutis que a trilogia passa nas suas entrelinhas.
Porém, a principal mensagem da trilogia é um novo conceito da "verdade". Nessas películas
cinematográficas, a "verdade"
é que este mundo é apenas uma matrix ilusória. Observe um
diálogo entre Morfeu e Neo e veja o que é a "verdade":
Neo: O que é Matrix?
Morfeu: Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda parte [...] é
o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade.
Neo: Que verdade?
Morfeu: Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em
cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver cheirar ou tocar. Uma prisão
para a sua mente.
Quando Neo vai consultar o oráculo, ele encontra um menino em trajes
budistas que consegue entortar colheres sem tocá-las. Observe no diálogo o que
é a "verdade":
Menino: Não tente dobrar a colher. Não vai ser possível. Em vez disso,
tente apenas perceber a verdade.
Neo: Que verdade?
Menino: Que a colher não existe.
Neo: A colher não existe?
Menino: Então verá que não é a colher que se dobra, apenas você.
Para a série Matrix, a "verdade" é que tudo é niilismo e ficamos sem saber quem é o
Criador e quem é a criatura.
9. O cristianismo
Cristo é real (Colossenses 2.17). Não existe faz-de-conta e nem ilusão
em Cristo Jesus. Digo mais: a realidade de Cristo é dura, cruenta e exigiu
derramamento de sangue na cruz para a remissão dos nossos pecados.
O evangelista João escreveu: Jesus "estava no princípio com
Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que
foi feito se fez. A vida estava nele, e a vida era a luz dos homens" (João
1.2-4).
Analise bem o que está escrito nessa passagem. Jesus não é apenas o
Criador de todas as coisas juntamente com Deus Pai, mas especialmente Jesus é
VIDA. Pense bem: sem a vida, só resta a morte. O período compreendido entre o
nascimento e a morte, que chamamos de existência, pertence ao Senhor Jesus
Cristo. O fato de vivermos, o prazer de termos sinais vital, é fruto da
maravilhosa obra de Jesus. Desculpe a redundância, mas a existência só existe
porque Jesus é primeiro. Afirmar que Jesus é uma razão para viver é minimizar o
Seu senhorio, é pouco. Verdadeiramente, Jesus é a razão para viver. Jesus é o
único "show da vida"!
Analisemos outra passagem bíblica sobre a soberania e o senhorio de
Jesus Cristo: "Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de
toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a
terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é
antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. E ele é a cabeça do corpo, da
igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as
coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a
plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele,
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos
céus" (Colossenses 1.15-20).
Pense bem no que Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, está afirmando
sobre Jesus Cristo: todas as coisas subsistem por causa de Cristo. Todo o mundo
visível e o invisível – ambas as dimensões (a física e a espiritual) existem
por causa de Cristo. Os hadrons e quarks subsistem
pelo poder dEle. Sem Jesus, todas as coisas cairiam aos pedaços. A vida (o
nosso próximo batimento cardíaco e a nossa próxima respiração) está nas mãos do
Senhor Jesus Cristo. Jesus é o máximo e detém um poder inigualável. Jesus é o
verdadeiro "espetáculo do planeta Terra"!
Queridos leitores, sem Jesus, restam a filosofia pós-moderna, o
hinduísmo, o budismo e a trilogiaMatrix para nos
"consolar" e esse consolo é baseado em uma ilusão.
Conclusão
"Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade?"
Quando o indivíduo não conhece o original, o real, o genuíno, o
verdadeiro, ele acredita no falso como se fosse o verdadeiro.
Imagine as pessoas que tiveram a oportunidade de conhecer pessoalmente a
Michelangelo, viram-no pintando e esculpindo obras maravilhosas que ficariam
para a posteridade. Ou, até mesmo, pense naqueles que não tiveram a
oportunidade de vê-lo pessoalmente, mas estudaram com afinco seus feitos.
Agora, suponha que surja alguém lá no Nepal afirmando que possui a verdadeira
escultura de "Davi", de Michelângelo, e que aquela exposta no Museu
da Galleria dell’Accademia, em Florença, na Itália, é falsa e
não passa de um simulacro.
O que você acha que aconteceria? As pessoas que conhecem bem a escultura
verdadeira dificilmente acreditariam na história do "Davi" do Nepal.
Pois, uma vez que o indivíduo conhece o real, ele facilmente reconhece que o
outro é o falso e o infiel. Porém, se alguém não conhece a única e verdadeira
escultura, facilmente será enganado e iludido pela falsa "verdade".
Jesus é assim, a única verdade! Ele disse: "Eu sou a verdade"
(João 14.6) e "a verdade que liberta" (João 8.32).
A trilogia Matrix e a filosofia pós-moderna, além de
fazerem parceria com religiões orientais, são também como Pilatos. O registro
em João 18.37-38, quando Jesus dialogava com Pilatos, diz: "Tu
dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar
testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz". Nesse
exato momento, Jesus foi interrompido por Pilatos, que Lhe fez uma pergunta que
era mais uma tentativa de alfinetá-lO. Nela, Pilatos torna relativa a verdade
exclusiva de Jesus com o seu célebre questionamento: "Perguntou-lhe
Pilatos: Que é a verdade?". Na sequencia, ele deu as
costas a Jesus e se dirigiu à multidão. Pilatos passou batido pela vida, sem
reconhecer Jesus como a única Verdade.
À medida que afrouxamos a doutrina e aceitamos outras verdades além de
Jesus Cristo, acabamos caindo no engodo de vãs filosofias humanas. Ficamos à
deriva, passando a aceitar e discutir "a minha verdade" e "a sua
verdade", e não mais a única Verdade, que é Jesus Cristo. Quando o homem
não conhece Jesus, passa a criar outras supostas verdades filosóficas para se
adequarem aos seus pontos de vista.
Dar as costas para a Verdade e ouvir o clamor
das massas, dos filósofos e formadores de opinião da época em vez de procurar o
conceito real das coisas que é Cristo, é o que faziam os crentes da
pós-modernista cidade de Corinto. Foi em Corinto que Paulo dissertou sobre a
excelência da sabedoria divina sobre a sabedoria humana (veja 1 Coríntios
1.18-31). A recomendação paulina aos coríntios continua vívida para a nossa
atual cultura pós-moderna:"Porque ninguém pode lançar outro fundamento,
além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo" (1 Coríntios 3.11).
Deus os Abençoe!
[2]
Niilismo - Filosofia: Doutrina segundo a qual nada existe de absoluto. Ética: Doutrina segundo a qual não há verdade moral nem hierarquia de valores. Política: Doutrina segunda a qual só será possível o progresso da sociedade após a
destruição do que socialmente existe. (Novo Dicionário Aurélio).
[3] http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/ArnoJToy.html
[4] http://pt.slideshare.net/aleverch/baudrillard-jean-simulacros-e-simulao
Nenhum comentário:
Postar um comentário